SÉRIE- OQUE SERIA? Cap III
Celebrar O significado da palavra: realizar com solenidade. Solenizar. Exaltar com ironia. Dizer missa! Essa é a definição. É a definição epistemológica. Mas o que você entende por celebrar? Eu nunca celebrei uma solenidade. Sempre as achei encorpadas de mais, valorizam tanto a compostura e os detalhes mínimos que trasformam o foco principal em detalhe quase fictício. A minha celebração até ontem não suportava solenidades. Então já sabe, pra me tirar de uma celebração é só solenizar. Bem, exaltação com ironia é onde eu acho que celebraria. Na verdade é o que mais faço. É feio até alguém que só se expresse por subjeção, forçando o outro a ouvir, deglutir, ingerir, processar e compreender o que lhe foi oferecido, alias as vezes em pouquíssimo tempo é verdade. Logo, sem ironias estou dizendo que eu não concordo comigo. Putz.! Que ironia não?!?! E para o último dos significados realmente eu tenho ficado para trás. Estou a dever uma conta bem antiga. Mas estou pronto para a quitação. Eu vou celebra! Vou exaltar a vida, que é uma grande ironia, vou solenizar a morte que me é muito insultuosa. Vou dizer MISSA! Aos meus amigos se nos juntarmos por mais de uma hora e dizer as verdades que nos aproximam, as mentiras que nos distanciam, ou as que nos divertem, as situações que nos constrangem, ou que constrangem os outros e se tornam situações incrédulas. Vou exaltar a sorte, que parece passar por vezes tão longe das coisas que realmente quero. E elevar mais alto as vezes que não percebi ela me ajudando. Quero engrandecer os momentos que estive triste pois é deles que posso tirar alegria. Vou glorificar as minhas orações que sempre relacionadas a algo que não consigo, ao que almejo, mas não me sinto capaz de conquistar sozinho. Quero celebrar minhas derrotas, meu futebol de má qualidade, meu emburramento para coisas simples. E quero exaltar minha persistência, meu nado sincronizado em apenas não me afogar, em minhas braçadas inúteis do nado português, as cãibras por não ter desistido quando já era hora de parar. Celebrar esse aperto no peito que não passa, por não ter o que quero, e por querer cada vez mais, sem nem ao menos me importar com o que vai estar. Queria celebrar a minha dor, que não abandona o joelho direito. Queria celebrar o esporte, o enguiço, a morte. Exaltar o ócio, a sorte, a vida. Que a missa esteja sendo dita, que a ironia esteja exaltada, que a vida seja glorificada, e que a morte não passe nunca de mais uma "bendita" solenidade.
Coalescências pra todo mundo!